maio 2, 2016
Cruz Vermelha liberou acesso a uma série de documentos referentes à ditadura civil-militar brasileira. Tais documentos, contendo mais de dezenas de informes realizados e coletados pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, em Genebra, corroboram com a tese de que a tortura praticada no Brasil, durante esse período, teve um caráter sistemático e institucional.
Em um desses relatos, tal característica científica é ressaltada: “O método aplicado é o científico. Baseia-se na aplicação dosada de um sofrimento atroz dentro do limite exato da resistência humana. Para tanto, os cuidados médicos são constantes, para verificar o grau de resistência do torturado e evitar alguma marca permanente (loucura, fraturas, cicatrizes). Mesmo assim, em vários casos o limite foi ultrapassado e registraram-se desequilíbrios nervosos, loucura, crises cardíacas, surdez”. Os documentos narram a metodologia aplicada no momento da tortura, como ordem, a utilização de animais, colocados nas celas dos presos políticos, além de critérios para a decisão de quais iriam para celas isoladas, cubículos também isolados, ou celas coletivas, de acordo com a urgência e a importância da informação desejada pelos torturadores.
Mais detalhes podem ser encontrados em: http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,relatos-expoem-ciencia-da-tortura-na-ditadura-militar,10000048357