BRASIL: A IMPORTÂNCIA E OS DESDOBRAMENTOS DA MARCHA DOS CEM MIL, DE 1968

maio 9, 2018

Justiça de Transição

Em 1968, logo após a famosa Passeata dos Cem Mil, membros da comissão popular designados para representar movimento foram recebidos em Brasília, pelo então ditador Costa e Silva.
A comissão era formada por escritores, estudantes, professores e membros da Igreja e possuía as seguintes reivindicações: libertação de presos políticos ligados ao movimento estudantil, recursos para investimento em educação e reabertura do restaurante do Calabouço.
Diante do intenso cenário de conflitos instalado, alguns enxergaram o gesto como tentativa de diálogo. No dia, um ataque com explosivos ao Quartel-General do 2º Exército, liderado pelo movimento Vanguarda Popular Revolucionária, resultou na morte de um militar; além disso, o conflito entre estudantes e militares no mesmo período, posteriormente denominado “Sexta-Feira Sangrenta”, ocasionou a morte de 04 (quatro) pessoas.
Diferentes versões permeiam a reunião: para o regime, os ataques representavam uma tentativa de enfraquecimento do governo, inclusive com suposto apoio de agentes externos. Já para os representantes estudantis, tratava-se de tentativa de enfraquecimento e divisão dos movimentos sociais.
Menos de 05 (cinco) meses depois, foi editado o Ato Institucional nº 5, que endureceu o regime, culminando no fechamento do Congresso Nacional, que aumentou a censura e suprimiu garantias básicas dos cidadãos.