maio 14, 2018
Memorando de 11 de abril de 1974, revelado pelo Bureau of Public Affairs do Departamento de Estado dos Estados Unidos, expõe relação entre o governo militar brasileiro e os crimes de lesa humanidade cometidos durante o regime . No documento fica evidente a relação direta da cúpula militar brasileira com os crimes e atrocidades sistematicamente cometidos.
O relatório trata de uma conversa entre presidente Ernesto Geisel, o general Milton Tavares de Souza, general Confúcio Danton de Paula Avelino e também o futuro presidente, João Baptista Figueiredo. Nesse diálogo há uma grande preocupação com a suposta ameaça subversiva e é discutido medidas para contê-la, conforme o documento “Ele [general Milton] ressaltou que o Brasil não pode ignorar a ameaça subversiva e terrorista, e que os métodos extralegais devem continuar sendo usados contra subversivos perigoso.”
Ainda nessa conversa, o general Milton afirma que 104 pessoas foram executadas pelo CIE no ano anterior. Figueiredo, demonstra concordância com tal política e incentiva a sua continuidade, Geisel, por sua vez, “disse que queria refletir sobre o assunto durante o fim de semana antes de chegar a qualquer decisão sobre sua continuidade. Em 1º de abril, o presidente Geisel disse ao general Figueiredo que a política deveria continuar, mas que muito cuidado deveria ser tomado para assegurar que apenas subversivos perigosos fossem executados.”
Esses relatos sórdidos são, nas palavras de Matias Spektor, coordenador do Centro de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas, “prova do envolvimento do regime militar na política de execuções sumárias de inimigos do regime”, e revelam a necessidade de discussão e reconhecimento da imprescritibilidade dos crimes de lesa humanidade.
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